terça-feira, 1 de junho de 2010

quinta-feira, 20 de maio de 2010



Caso Araceli : a cobertura da Imprensa


(um documentário de Tatiana Beling)


Araceli Cabreira Crespo tinha 8 anos de idade e morava em Vitória, Espírito Santo. Era o dia 18 de maio de 1973, e ela não havia voltado do colégio. Seu pai começou a procurá-la pela cidade e, sem a encontrar, a espalhar fotos suas pelas redações de jornais. Seis dias depois seu corpo foi encontrado: ela havia sido drogada, estuprada, torturada e morta. Seu corpo desfigurado com ácido para que não houvesse possibilidade de identificação. Conta-se que o corpo de Araceli foi identificado pelo seu cachorro, de nome Radar, ainda na gaveta do IML. Aí começou uma das investigações mais confusas na história criminal do país. Os supostos assassinos, filhos de famílias ricas de Vitória, foram absolvidos. As provas do crime destruídas. A mãe de menina, dona Lola, uma boliviana que retornou ao país de origem logo depois da morte de Araceli, traficava drogas e foi, indiretamente, acusada de participação no crime, pois teria pedido à menina que entregasse um envelope em um determinado edifício na tarde do seu assassinato. O local onde Araceli foi morta. O tempo passou e o crime prescreveu. O dia 18 de maio se transformou no Dia Nacional de Combate ao Abuso Sexual de Crianças e Adolescentes.

Passados trinta e dois anos, em 2005, Tatiana Beling, de Vitória, fez um trabalho de final de curso de Rádio e TV, um documentário intitulado Caso Araceli: A cobertura da Imprensa. O foco foi a Imprensa do Espírito Santo, mas que reflete, com maior ou menor intensidade, o que acontece nas grandes capitais. A intenção foi mostrar como a Imprensa atuou no caso. Há uma série de depoimentos de jornalistas que cobriram o caso, à época, e muitos deles contraditórios. Quando termina-se de assistir ao documentário, tem-se a impressão de que era um bando de franco-atiradores e não jornalistas cobrindo o caso, tamanha a discrepância e discordância das fontes com as quais eles trabalhavam.

O documentário levou 6 meses de pesquisas, um mês para ser gravado e 15 dias para ser editado. Seu custo foi de 700 reais, divididos entre Tatiana e o produtor Diego Herzog. Não houve custos de estúdio porque o documentário foi editado na faculdade.

Ficha Técnica:
Direção – Tatiana Beling
Produção – Diego Herzog
Assistente de Produção – Clã Mussi
Roteiro – Tatiana Beling
Fotografia – Rafael Malta
Sonoplastia – Tatiana Beling e Rafael Malta
Edição de Imagens – Lorenzzo de Angelli

Prêmios:

— Prêmio Júri Popular – 6ª Mostra de Cinema e Vídeo da Barra do Jucu – Curta Barra,ES.
— Prêmio Júri Popular – 3ª Mostra de Vídeo Universitário do Museu de Arte do ES.
— Prêmio Júri Oficial – 3ª Mostra de Vídeo Universitário do Museu de Arte do ES.
— Prêmio Melhor Documentário – 1º Festival de Cinema de Colatina,ES.




http://www.jornaleco.net/Acervo/Araceli/index.htm